Entre os dias 25 e 27 de abril, decorreu na Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, o Festival
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Participação no Festival do NEBUA 2025

Participação no Festival do NEBUA 2025

Achados de necrópsia: “Surpresas” no estômago de um golfinho-roaz
A dieta do golfinho-roaz (Tursiops truncatus) é muito variada e depende da disponibilidade de presas
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Participação no Festival do NEBUA 2025
Entre os dias 25 e 27 de abril, decorreu na Universidade do Algarve, Campus de Gambelas, o Festival do Nebua 2025!
O evento foi marcado pela realização de várias palestras e workshops, na área da biologia e biologia marinha e contou com a participação de vários oradores.
A RAAlg marcou presença no primeiro dia do evento, dinamizando um workshop teórico-prático intitulado “Rede de Arrojamentos do Algarve: CSI dos cetáceos e das tartarugas-marinhas”.
Os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o trabalho da RAAlg, bem como de aprofundar o conhecimento sobre algumas das espécies de cetáceos que frequentam a nossa costa. Num contexto mais prático, puderam também explorar algumas das amostras que fazem parte do “museu” e banco de tecidos da RAAlg, e ainda de participar na resolução de alguns casos de estudo do nosso CSI, preparados para o efeito.
Gostaríamos de agradecer ao NEBUA pelo convite para divulgarmos o nosso trabalho, e a todos os participantes pelo interesse e entusiasmo em participar nas atividades propostas.

Participação no Festival do NEBUA 2025

Achados de necrópsia: “Surpresas” no estômago de um golfinho-roaz
A dieta do golfinho-roaz (Tursiops truncatus) é muito variada e depende da disponibilidade de presas no seu habitat, sofrendo adaptações de acordo com o ambiente marinho onde se encontra.
São animais carnívoros, cuja alimentação é feita à base de peixes (tainhas, carapaus, sardinhas, anchovas, enguias, corvina, cavala, entre outros) e cefalópodes (lulas, chocos e polvos), podendo ainda incluir os crustáceos (caranguejos e camarões), em menor dimensão.
Apesar de poderem apresentar diferentes estratégias de caça cooperativa, formando grupos, onde coordenam movimentos para encurralar os cardumes de peixes, são animais oportunistas alimentando-se frequentemente por depredação dos peixes que ficam presos nas redes de pesca. Para além dos prejuízos económicos e ecológicos para as comunidades pesqueiras, os riscos para os golfinhos são evidentes e podem ser fatais.
As imagens acima correspondem ao conteúdo estomacal de um golfinho-roaz, cujo arrojamento foi registado no dia 9/04, na Praia do Barril, em Tavira. Tratava-se de um macho com aproximadamente 3 metros, e com vários indícios compatíveis com uma captura acidental em pescas.
Além de uma grande quantidade de alimento encontrado no trato digestivo, muito ainda por digerir, o estômago continha em grande novelo formado por fragmentos de redes de diferentes dimensões, resultado de vários episódios de depredação, nos quais o que foi ingerido nem sempre foi só peixe.
Sendo uma forma bastante fácil de obtenção de alimento, a depredação pode tornar-se uma opção bastante atrativa, principalmente para animais mais velhos e mais sedentários.
Estimamos que o conteúdo alimentar total tivesse aproximadamente 30 kg, nos quais constava alimento por digerir (peixes e lulas), um novelo de redes que envolvia ossos e otólitos de peixe e bicos de cefalópodes, e ainda uma grande quantidade de alimento ainda em processo digestivo.
Toda a informação recolhida através da análise deste (e outros) conteúdo estomacal, será utilizada em estudos de ecologia alimentar.
Agradecemos à Taviraverde - Empresa Municipal de Ambiente E.M., pelo apoio dado no terreno, na resposta a este arrojamento!
