Estes foram os resultados dos arrojamentos mortos, correspondentes ao 1° trimestre do ano 2025, obtidos pela RAAlg!

O golfinho-comum (𝘋𝘦𝘭𝘱𝘩𝘪𝘯𝘶𝘴 𝘥𝘦𝘭𝘱𝘩𝘪𝘴) e a tartaruga-comum (𝘊𝘢𝘳𝘦𝘵𝘵𝘢 𝘤𝘢𝘳𝘦𝘵𝘵𝘢) mantém-se como as espécies que registam maior número de arrojamentos, para a costa algarvia.

O acontecimento mais marcante para a equipa neste período foi o arrojamento de uma baleia-de-bico-de-true (𝘔𝘦𝘴𝘰𝘱𝘭𝘰𝘥𝘰𝘯 𝘮𝘪𝘳𝘶𝘴), um cetáceo com dentes pertencente aos zifiídeos. Devido aos seus comportamentos discretos, o pouco que se sabe sobre esta espécie provém da análise e levantamento de informação de animais arrojados.

Agradecemos a todos as entidades e particulares envolvidos na resposta a estes arrojamentos, os quais são fundamentais no desempenho e eficácia do nosso trabalho.

Um agradecimento especial à equipa de voluntários da RAAlg por todo o empenho e por facilitarem a logística do nosso trabalho, principalmente em campo! 

Obrigada a todos, em nome de toda equipa RAAlg!  

No dia 11/03/2025, arrojou na Praia de Monte Gordo, um golfinho-roaz (𝘛𝘶𝘳𝘴𝘪𝘰𝘱𝘴 𝘵𝘳𝘶𝘯𝘤𝘢𝘵𝘶𝘴), também conhecido como roaz-corvineiro.

O alerta foi dado pela polícia marítima de Vila Real de Santo António, sendo a remoção tratada de imediato, numa sinergia entre várias entidades.

O animal, uma fêmea juvenil de 2,14 m de comprimento, encontrava-se em estado de decomposição 1 (Muito Fresco), condições que propiciaram o seu encaminhamento para laboratório para realização de uma necrópsia minuciosa.

Na análise externa, foram detetadas marcas de redes no bico e boca, condizentes com captura acidental em pescas. Foram ainda observadas algumas marcas recentes de interação intraespecífica (interação entre animais da mesma espécie), no pedúnculo caudal.

No que respeita a lesões internas, foi registada uma fratura a nível das costelas, com hemorragia dos tecidos envolventes. Foi também detetada a presença de 𝗽𝗮𝗿𝗮𝘀𝗶𝘁𝗮𝘀* ao nível da glândula mamária e de alguns nódulos parasitários no segundo e terceiro estômagos.

Através da análise do seu conteúdo estomacal presumiu-se que o animal estaria ainda em transição alimentar, uma vez que o mesmo continha tanto vestígios de leite, resultantes de alimentação materna, como alguns ossos e otólitos de peixes.

Gostaríamos de agradecer às entidades envolvidas na resposta a este arrojamento, em especial ao piquete de Polícia Marítima e à equipa de Vigilantes da Natureza de Castro Marim, pelo apoio na remoção do animal.

*A carga parasitária dos cetáceos refere-se à quantidade e diversidade de parasitas encontrados. O estudo desses parasitas é fundamental para entender a saúde dos indivíduos, as interações ecológicas e possíveis impactos ambientais.

O dia de ontem foi marcado pela realização de mais uma necrópsia, nos laboratórios da RAAlg.

O animal em causa deu à costa na Ilha da Armona, no passado sábado, sendo posteriormente encaminhado para as instalações da RAAlg, com o apoio da Polícia Marítima de Olhão.

Tratava-se de uma fêmea golfinho-comum (𝘋𝘦𝘭𝘱𝘩𝘪𝘯𝘶𝘴 𝘥𝘦𝘭𝘱𝘩𝘪𝘴), com aproximadamente 2m de comprimento total e 100Kg de peso.

A mesma encontrava-se em fase de gestação, sendo o feto, um macho, com 0,445m e 1,2Kg.

Através da sua análise externa foram encontrados indícios de interação com pescas, nomeadamente: marcas de redes (no bico, barbatanas peitorais e barbatana dorsal), marcas de cabos (em redor do corpo e no pedúnculo caudal), e ainda a existência de um corte profundo no pedúnculo caudal.

Internamente, além de algumas lesões ao nível de alguns dos seus órgãos, as quais carecem de maior investigação, foi registada ainda a presença de conteúdo alimentar no estômago e de uma presa, resultante de regurgitação, no esófago. Devido ao facto de se encontrar ainda por digerir, o conteúdo alimentar foi possível de identificar, sendo este maioritariamente constituído por sardinhas, uma das presas favoritas dos golfinhos. Todos estes factos são condizentes com uma possível morte traumática por captura acidental, em pescas.

Gostaríamos de agradecer a todos os intervenientes na resposta a este arrojamento, em especial ao piquete da Polícia Marítima de Olhão, pelo incansável apoio no terreno.